Relatório diz que 46 jornalistas foram agredidos na Bolívia em 2011, não 200, como divulgado anteriormente
A Associação Nacional de Imprensa (ANP, na sigla em espanhol) da Bolívia apresentou, no dia 3 de abril, um relatório segundo o qual, em 2011, foram registradas 46 agressões físicas e verbais contra jornalistas e veículos bolivianos, além de “três detenções, uma mudança forçada e a destruição de dois meios de comunicação”. As agressões físicas subiram de 13 para 19, em comparação com 2010.
Em fevereiro passado, porém, diversos meios de comunicação e organizações jornalísticas haviam noticiado um levantamento da ANP segundo o qual 200 agressões contra jornalistas teriam sido registradas na Bolívia em 2011. Entre eles, o jornal boliviano Página Siete, o diário argentino La Capital, a Radio FM Bolivia e o canal de notícias Eju TV, além de prestigiadas organizações, como a rede Intercâmbio Internacional pela Liberdade de Expressão (IFEX, na sigla em inglês) e o Instituto Internacional de Imprensa (IPI, também na sigla em inglês).
O diretor executivo da ANP, Juan León Cornejo, disse ao Centro Knight para o Jornalismo nas Américas que o número correto de agressões contra jornalistas em 2011 é 46 e que alguém divulgou de maneira errada o número 200. Em 2011, a ANP “registrou 119 alertas, dos quais 46 correspondem a agressões”, disse Léon.
De qualquer forma, a situação da imprensa na Bolívia durante o governo de Evo Morales tem sido criticada por diversas organizações, especialmente pela violência contra jornalistas por grupos ligados ao governo. De acordo com dados da própria ANP, em fevereiro de 2011 já haviam sido registradas 26 agressões contra jornalistas na Bolívia. O país ocupa a posição de número 108 (entre 179 países) na última Classificação Mundial da Liberdade de Imprensa 2011-2012, publicada pela Repórteres Sem Fronteiras no início do ano.
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