texas-moody

Blog

knight-center-journalism

Workshop orienta jornalistas sobre como aproveitar ferramentas de inteligência artificial do Google para reportagens mais eficientes

Por Paisley Porter*

 

A inteligência artificial está em ascensão e redações de todo o mundo enfrentam sentimentos de apreensão, temendo que sua integridade jornalística possa ser comprometida. No entanto, as ferramentas de IA do Google estão despertando a curiosidade entre muitos jornalistas, que se perguntam se a IA pode melhorar o trabalho jornalístico em vez de substituí-lo e, se sim, como.

"Quem usou a pesquisa do Google hoje?", perguntou Iain Christie a uma sala de jornalistas que participavam de um workshop na hora do almoço no 26º Simpósio Internacional de Jornalismo Online (ISOJ). O workshop foi conduzido por Christie, treinador da  Google News Initiative, uma equipe que colabora com jornalistas para ajudar redações globais a prosperar.

"Embora a mudança para IA possa parecer repentina para alguns, já a aplicamos nos produtos do Google há algum tempo", disse Christie. "Na verdade, a IA já é parte integrante de muitos produtos que você provavelmente usa todos os dias".

O Google incorporou a inteligência artificial principalmente a partir dos produtos Google Lens, Google Maps e Gmail. Mas as ferramentas de IA do Google não param por aí. A empresa também oferece ia nos produtos AI Overviews, GeminiFact Check ExplorerNotebookLMPinpoint e News Consumer Insights.

"Espero que, durante esta sessão, eu possa mostrar como essas ferramentas de IA do Google podem facilitar seu trabalho como jornalista", afirmou Christie.

Crhstie começou o workshop com um breve histórico do envolvimento do Google com IA. A empresa começou a treinar redes neurais, um componente central do aprendizado de IA projetado para imitar a estrutura e função do cérebro humano, com dados em 2012.

A IA do Google segue três princípios simples: inovação ousada; desenvolvimento e implementação responsáveis; e progresso colaborativo.

"Podemos usar a IA generativa para explorar questões inteiramente novas que a pesquisa pode responder", disse Christie. "Agora, pense em como a Pesquisa Google foi transformadora quando foi lançada e, em seguida, pense em quão transformadora a IA generativa pode ser quando aplicada às pesquisas do Google."

Com mais de 8,5 bilhões de pesquisas diárias no Google, ou 99 mil pesquisas por segundo, há uma enorme oportunidade de usar a IA para auxiliar cada busca, explicou ele. Ao fazer uma simples pesquisa, os usuários já devem ter notado um novo recurso no topo dos resultados: as AI Overviews, traduzidas como Visões Gerais de IA.

Certas pesquisas oferecerão uma visão geral gerada por IA que divide o tópico em resumos de fácil compreensão, com links para fontes onde o usuário pode aprender mais.

"Com as AI Overviews, as pessoas realmente usam mais a pesquisa. Ficam mais satisfeitas com os resultados obtidos e visitam uma maior diversidade de sites para obter ajuda com questões mais complexas", disse Christie.

Ele então apresentou as cinco ferramentas que seriam analisadas, começando com o Google Gemini, um chatbot de IA generativa e um "grande avanço" para o Google, em parte porque alimenta as outras quatro ferramentas discutidas durante o workshop.

"Esta nova era de modelos representa um dos maiores esforços científicos e de engenharia que já empreendemos como empresa", afirmou Christie. "É realmente importante, pessoal";

Integrado ao Google Docs, Sheets e Slides, bem como às respostas inteligentes do Gmail, o Gemini visa aumentar a produtividade nas redações, ajudando os usuários a se comunicarem com mais eficácia e a visualizarem informações de forma mais eficiente, explicou ele.

"O ecossistema Gemini representa a IA mais capaz do Google", disse Christie.

O Fact Check Explorer oferece insights sobre tópicos, pessoas e imagens que foram verificados. Os usuários podem pesquisar afirmações previamente analisadas e verificar se são verdadeiras ou falsas.

"Pesquisadores do Google e de várias outras organizações de verificação de fatos analisaram mais de 130 mil verificações", informou Christie.

Mas quem são os verificadores de fatos? Trata-se de uma rede de organizações em todo o mundo que trabalha para explicar por que a desinformação é falsa, disse ele. Embora a IA resuma os resultados de uma pesquisa de verificação, é o trabalho de vários jornalistas que ajuda a determinar a veracidade das informações.

NotebookLM é uma ferramenta de pesquisa e redação com IA que ajuda jornalistas a encontrar e resumir insights com mais rapidez.

"É como um assistente de pesquisa de IA personalizado que ajuda você a entender as informações mais importantes para o seu trabalho", explicou Christie.

Já o Pinpoint é uma ferramenta de pesquisa projetada para ajudar jornalistas a explorar, organizar e analisar grandes coleções de documentos, imagens e muito mais, usando tecnologias de pesquisa com IA – ou, nas palavras de Christie, "encontrar uma agulha em um palheiro".

"É destinado a jornalistas investigativos, para análises aprofundadas. É para realmente mergulhar fundo em um determinado assunto", destacou Christie.

No segundo dia do ISOJ, Christie se aprofundou no NotebookLM e no Pinpoint e em como essas ferramentas específicas de pesquisa podem auxiliar os jornalistas em seu trabalho.


*Paisley Porter é estudante do terceiro ano de Jornalismo, Comunicação e Liderança na UT Austin. Atualmente é estagiária na KXAN e já fez coberturas para a TSTV e o ISOJ.

Inscreva-se nas nossas newsletters

Inscreva-se em nossas newsletters e fique em dia com as notícias e os eventos de nossos cursos de jornalismo, do ISOJ e da LatAm Journalism Review.

INSCREVER-SE